quarta-feira, julho 06, 2005

O poeta que não conhecemos
Morreu há pouco no Porto, Portugal, o grande poeta luso Eugénio de Andrade, mestre das palavras simples, belas, diretas. Aqui no Brasil, de costas inexplicavelmente para a rica cultura da terrinha que nos criou, nunca soube dele. Até sua morte. Descobri então vida e a simplicidade de um homem que se declarava ao mundo como um menino espiando a primeira namorada, o primeiro amor. Lá vai um poema dele, para os que não têm medo de amar.

Sê tu a palavra
1. Sê tu a palavra,branca rosa brava.
2. Só o desejo é matinal.
3. Poupar o coração é permitir à morte coroar-se de alegria.
4. Morre de ter ousado na água amar o fogo.
5. Beber-te a sede e partir- eu sou de tão longe.
6. Da chama à espada o caminho é solitário.
7. Que me quereis, se me não dais o que é tão meu?

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