sexta-feira, dezembro 05, 2008

O menino que gostava de Oasis


“Tá me tirando?!”. Era a frase típica dele, servia para brincadeiras descontraídas e também para quando ficava esquentado mesmo. Mas a verdade desse moleque enorme que gostava de fazer panca e cara de mau era fácil de sacar: era o coração grande e o carinho com os amigos. Só que “carinho” ele não diria nunca, era machão demais pra isso. “Inho” só dizia se fosse seu sobrenome, Godinho, e assim mesmo tinha que vir acompanhado do que sempre adorou: style. Estilo. Tá, o cara é super desajeitado, mas até que tem um certo estilo, mas claro, a anos luz do email que ele teve coragem de colocar como seu, David Beckham!
Pô, Beckham não dá, né, você está mais pra aqueles centroavantes trombadores, mas estabanados. Tá, mas fazendo seus gols.
E gols esse moleque fez muito para a turma dele. Porque hoje de manhã, logo na primeira aula, ninguém dormiu ou fez bagunça. Sua classe e seus amigos ficaram mudos quando li suas palavras d despedida. E claro, vaidosão, que algumas meninas choraram... E todos pareceram sentir o baque daquela carteira vazia.
É, você sabe que acabou é se tornando símbolo de outra palavra que adorava, “vacilar”. É, vacilou bastante, como você mesmo disse ter consciência. Melhor assim, porque só os grandes sabem quando pisam na bola. E só os bons corações, como o seu, aproveitam isso pra dar a volta por cima.
Mas não encana quando botar a cabeça no travesseiro. Tô achando é que os amigos e amigas que deixou aqui vão é ficar mais intensos. Porque o seu nome, para muitos de seus brothers e gatinhas não lembra vacilo ou mancada. Lembra é saudades.
Lembra é amizade. Pura.
Té mais, “maluco”, nunca esqueça do que construiu aqui dentro. Sei que conversamos pouco, e te cobrei por ter escrito e se esforçado tão pouco. Mas saiba que suas raras redações foram lidas com gosto.
Porque você despejava sinceridade e emoção naquelas folhas de caderno.
Esse é o cara que quero lembrar. Aquele que escreveu com alma sobre como é de verdade, naquele auto-retrato [proposta do livro de Português, viu Rafinha!!!] que eu li pra sua galera.
Por isso tudo, esqueça um pouco o estilo. Seja mais o “maluco” beleza, de bom coração e cheio de atenção com os amigos. Entre todas as rebeldias que você gosta de empunhar, escolha a revolução de lutar pela amizade, que tão bem descreveu nas redações.
E nunca, velho, nunca “don´t look back in anger”.
Olhe para trás apenas para as lágrimas sentidas e sorrisos que deixou.
Abraço do "vovô o escambau!",
“Stand by me” e boa sorte.

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