terça-feira, junho 30, 2009

Quer o velho Globo Esporte?

Watch live video from looktvs on Justin.tv
Não aguenta mais o mala do novo apresentador do Globo Esporte, suas piadinhas ridículas, vontade de aparecer e o que ele fez com o programa (acabou com ele)? Descobri na Justin.tv o canal da Globo Internacional, que passa o GE do Rio. No lugar do mala, Glenda Kozlowsky (que saudade da beleza, charme e simplicidade dela!). No lugar do mala de smoking, o Caio, temos o lendário super craque Júnior, ex-Flamengo e Seleção. E o GE do Rio ainda mostra matérias de outros esportes, o que a edição paulista vem deixando de lado por causa do palhaço que adora repetir que é parecido com Mano Menezes. Clica lá em cima e vai pro abraço!
PS - Não estranhem o resto da programação: as novelas, por exemplo, passam capítulos anteriores. Mas os telejornais são do dia.

domingo, junho 28, 2009

Não estamos prontos


Foram dois jogos em um. No primeiro tempo, uma pressão infernal dos EUA. Os gringos pressionaram o pesado e lento meio-campo brasileiro (Felipe Melo não dá!), grudaram em nossos laterais, em Kaká e dominaram o jogo. Um contra-ataque mortal determinou o 2 a 0 depois de Donavon dar um corte magistral em Ramirez, que não é esse monstro todo que a mídia pinta. Podiam ter feito o terceiro com Dempsey mas Júlio César, em forma espetacular, impediu.
No 2º. tempo os americanos pagaram pela covardia de tentarem segurar o Brasil lá atrás. Não se podem esperar Kaká lá atrás, pois deixá-lo arrancar é pedir para tomar gols. Depois de um giro sensacional de Luís Fabiano, em dia de Romário, no 1 a 2, foi de Kaká toda a jogada do gol de empate, marcado de novo, por LF. A virada, com os americanos seguindo na retranca, veio com justiça na cabeçada do mais obstinado jogador brasileiro, esse colosso de vontade chamado Lúcio. Brasil campeão, mas tomar sufoco do Egito, África do Sul e EUA não nos faz favorito da Copa. Por outro lado, nenhuma outra seleção de peso vem jogando alguma coisa nos últimos tempos. Sim, o Brasil de Dunga tem determinação para virar jogos, mas isso é pouco quando se fala em uma Copa. Desse jeito, acredito que a Copa do Mundo verá uma conquista inédita em 2010. Quem nunca ganhou, ganhará. Essa a aposta do Pão na Chapa hoje. Mas ainda falta um ano.
PS – Até quando Robinho seguirá fingindo que é jogador de futebol? Substituí-lo trará mais força e caráter à Seleção.
PS 2 – Creio que ainda não está pronto o companheiro de Luís Fabiano, o homem que só joga na Seleção. Talvez seja o menino Taison, do Inter. Todos os outros atacantes testados por Dunga não convenceram.
PS 3 – Precisaremos de pelo menos um volante que saiba pensar o jogo e armar. Ainda não temos, pois Hernanes parou de jogar bola faz tempo. Ramires pra mim ainda é uma incógnita.

sexta-feira, junho 26, 2009

A trilha dos anos incríveis


1982. A porta rangia forte e assustadora várias vezes por dia e logo a voz sinistra de Vincent Price anunciava a canção que tornou o videoclip em cinema. Já sabia. Era o vizinho doido escutando o começo de Thriller pela milésima vez. E o maluco ainda imitava, rindo sem parar, aqueles passos flutuantes para trás, o famoso moonwalker, passos da lua.
Anos 70. Toda vez que passava a história daquele ratinho na TV não tinha como não emocionar-se com aquela canção, obra-prima das baladas.
Verão de 83. Numa casa num bairro afastado, junto de um nascer do sol fantástico e de uma família maravilhosa que era nosso segundo lar, em Ribeirão Preto, um grupo de amigos apaixonados pela mesma musa - uma inesquecível loura tão bela quanto simpática e digna (ela tratava todos seus “fãs” com o mesmo carinho e atenção) – curtia alguns dos melhores dias de suas vidas. A trilha-sonora? Os mesmos passos para trás que o demente do irmão da musa não parava de repetir e que o amigo Luisão não parava de repetir. E havia ainda o rock que era e sempre será a trilha maior de nossas vidas, com aqueles riffs e solo de guitarra sensacional do maior guitarrista vivo, que acompanhava o brilho da voz não menos poderosa do cantor. Havia também a pausa mais calma, que fazia a galera toda dançar junto, com aquela que é talvez a canção mais perfeita da história da música: aquela batida inicial hipnótica de bateria e a entrada envolvente do baixo antes da voz mágica começar a cantar.
Tive o privilégio de ser um adolescente na época em que Michael Jackson explodiu de vez com o disco Thriller. Tive a sorte de curtir um daqueles verões inesquecíveis da vida ao lado dos melhores amigos da escola e com a trilha eletrizante de Michael. Aqueles dias quentes - de muita amizade, zueiras na piscina, conversas sentados na mureta que dava para uma puta vista dos canaviais e da cidade lá longe, de muito carinho com aquela tia que era mãe e aquele tio que era pai, e aquela família que parecia daqueles seriados perfeitos da infância – talvez sejam o que alguns chamam de anos incríveis. E olha que não falei das guerras de torradas, da caçulinha pimentinha que aprontava tanto como o irmão maluco, da surra que tomamos por picharmos o nome da nossa musa nos muros brancos de Ribeirão, dos batismos de groselha batizada e muito mais. De muito afeto e zona saudável daquele verão que foi uma grande festa embalada por Yes, Van Halen, Queen e, claro, Michael Jackson e algumas de suas canções insuperáveis, Ben, Thriller, Beat It (http://tinyurl.com/n3337v) e Billie Jean.
Depois veio o fim da adolescência, veio o fim da escola, veio a vida. Veio a loucura do rei do pop e até do rock, que esqueceu seu talento e arte pela obsessão incompreensível de tentar ser quem ele não era.
A vida? A maioria dos felizardos daquele verão sofreu mas hoje são pais e mães de família felizes, com filhos para quem espero que ensinem as mesmas loucuras e canções que fazíamos e escutávamos no verão de 83. Todos deram certo e sorriem com a mesma alegria daqueles passos flutuantes e canções únicas. Bem, quase todos. Quem ainda não chegou lá segue, pelo menos, fiel às suas raízes. Às suas canções e sonhos. Sempre é possível acelerar o carro estrada afora enquanto Eddie Van Halen e Michael Jackson nos oferecem como combustível o clássico dos clássicos.
Michael Jackson morreu faz tempo. Ontem seu corpo se foi. Mas ninguém nos arrancará os melhores dias de nossas vidas que ele cantou para nós.

Outra Maria fora


A fábrica russa de tenistas mar(i)avilhosas sofreu mais uma dura baixa ontem. Maria Kirilenko está fora de Wimbledon, mas pelo menos meu camarada, e especialista em russas, o Velho, pôde assisti-la ontem. O cara simplesmente desistiu de almoçar do lado de seu trampo para correr pra sua casa e ver a musa em ação. Isso que é paixão pelo tênis...

PS - As fotos não são de Wimbledon. Mas quem quiser saber tudo o que está rolando no maior torneio do planeta, entre em http://www.wimbledon.org

Começou mal

Não demorou nem o primeiro jogo. Ricardo Gomes aprontou as primeiras bobagens para armar o bando (isso não é time) do São Paulo. Sacou o guerreiro incansável, Jean (e também bom caráter, algo raro nesse elenco) para colocar... Richarlyson!!!!!!!??????? Pra piorar, reintegrou os afastados por Muricy, Kid Máscara Pedalada e Efeitozinho Inútil Na Hora de Bater Na Bola, Hernanes e o Defunto do Gol e da Mão na Cintura e Reclamações Por Segundo, Washington. Tradução? Os reis do corpo mole (H1O e W9) foram valorizados. E ainda rolou ontem a piada dos jogadores garantirem, em encontro com a Independente, que darão mais raça. Quer dizer que não estavam dando antes?
E já ia esquecendo de outra Ricardagem: Júnior César, que não sabe marcar nem cruzar, nem fazer p nenhuma, segue titular... Ninguém vai avisar monsieur Ricardo que existe um menino que joga muito nessa posição, o Diogo???
É a treva. Com esses vagabundos, não ganhamos nem do Naútico.

quinta-feira, junho 25, 2009

O racismo é parte do futebol?


Tem gente que afirma que é coisa do calor do jogo, que é normal no futebol. O meia Alex, ex-Palmeiras, hoje na Turquia, disse no site da Globo que reclamar de racismo em campo é frescura. Alex foi ouvido sobre o caso de ontem: um jogador do Cruzeiro, o negro Eli Carlos, levou o gremista Máxi Lopez à cadeia acusando-o de ter sido ofendido como “macaco”. Boa parte dos boleiros ouvidos ontem e hoje afirmou que essa ofensa é normal, corriqueira, e que não deve sair dos gramados. Não ouvi nenhum jogador (a não ser os do Cruzeiro) defender o ato do ofendido Eli Carlos e da diretoria mineira, de denunciar a ofensa.
Entre os jornalistas, o mais sensato me pareceu o Arnaldo Ribeiro, da ESPN, que condenou o racismo, mas disse que o caso deveria ser resolvido dentro do campo (talvez pelo juiz, expulsando o ofensor, não seria o mais lógico?). Arnaldo ainda comentou algo importante: por que os jogadores brasileiros só denunciam o racismo em campo quando a ofensa vem de um argentino, quando sabemos que muitos jogadores brancos brasileiros também ofendem os negros?
O caso é que a confusão ontem foi enorme, e a PM, como sempre, mostrou total despreparo, até sacando a arma contra a delegação gremista, para exigir que Máxi Lopez fosse à delegacia.
Como devemos proceder? É racismo ou ofensa normal de jogo? Com a palavra, vocês, leitores. Comentem por favor. E aproveitem para ler, no blog de um ex-aluno meu, que vive hoje em Dublin, a mesma ofensa, feita por um irlandês ao povo latino. O idiota irlandês chamou nossa língua portuguesa de “língua de macacos”. Leiam sobre a indignação do jornalista Vinicius Zanotti, ex-aluno do Uirapuru e Horizontes-Uirapuru no blog dele, o http://passaportebrasil.blogspot.com

Lobby do cigarro e donos de bares

Um juiz paulistano fez cair o veto ao cigarro nos bares. O governo vai recorrer. Será que houve "interferência" dos donos de bares? Essa é a "Justiça" Brasileira. A nossa saúde que ...

terça-feira, junho 23, 2009

Começou Wimbledon...


Para o bem dos apreciadores da beleza+talento, ela estreou vencendo. Vai, Maria!
PS - Para de babar, Igor!

domingo, junho 21, 2009

Bailarinas são guerreiras

(Uma pausa no futebol para revelar a beleza e megaultraperseverança dessa moça. Ela dá tão duro, 12 horas de treinos diários!, que a vida dos jogadores de futebol é a maior moleza perto do que ela enfrenta todo dia. Deu no Esporte Espetacular de hoje)

sábado, junho 20, 2009

Trevas

Com Muricy demitido, o gagá do Juvenal acaba de inventar Ricardo Gomes como treinador do São Paulo. O que já estava terrível com esse bando de vagabundos sem alma - sobretudo Washington, Hernanes e Borges, e um Muricy cada vez mais retranqueiro, vai piorar ainda mais. Gomes conseguiu a proeza de não classificar o Brasil para a Olimpíada de Atenas´2004, num dos maiores fracassos e vexames da história da Seleção Brasileira, que contava com Elano, Diego, Nilmar, Robinho e Dagoberto. Na época o pouco caráter e estrelismo da dupla Diego-Robinho contribuiu demais para o fiasco, ajudados pela falta de pulso de Ricardo Gomes, um treinador frio e calminho que nunca ganhou nada de decente. Pois não me venham dizer que uma Copa do Nordeste, com o Vitória, ou uma Copa da França, com o Bordeaux, valha alguma porcaria. Detalhe final: o novo treinador do São Paulo acaba de ser demitido do Monaco da França que deixou na 11a colocação do ridículo Campeonato Francês. Como diz a menina Bianca, da novela das 7, É A TREVA!!!!! FORA, JUVENAL!!!!!!
PS - Não dava mais para aguentar o jogo feio e previsível de Muricy este ano, mas uma coisa não podemos deixar de dizer: poucos treinadores são tão decentes, honestos e apaixonados por sua profissão como ele. E nenhum outro treinador jamais amará o São Paulo como ele. Aguardem um texto sobre isso.

sexta-feira, junho 19, 2009

Funeral


Borges não perdoa: Borges erra mais uma vez.
O torcedor é um órfão desgraçado e mal amado quando sabe que seu time não vale nada e mesmo assim ele vai lá esperar algum milagre. Ele vai esperar um mínimo de hombridade, vergonha na cara e dignidade. Ele quer apenas um pouco da velha raça (recuso-me a pedir “alma” desse bando de jogadores limitados no talento e coração). Ele vai lá no estádio que é sua casa porque quer apenas que esse bando resgate um pouquinho do significado da camisa brasileira que mais vezes conquistou o mais duro e sangrento campeonato do mundo, esse campeonato para valentes chamado Taça Libertadores da América.
Mas o torcedor é também um idiota passional quando sabe que seu treinador e time não merecem nada disso, e mesmo assim ele vai lá. Por isso a raiva é tão grande, durante e ao final do jogo. Poucas coisas doem mais que dar seu coração a algum clube e ver tanto descaso, tanta falta de compromisso, tanta falta de respeito e tanta grossura dentro de campo e no banco de reservas.
Nunca antes me senti tão traído como com o time do Muricy de 2009. Porque já tivemos times horríveis como nos 12 anos de fracassos continentais entre a orquestra de Telê e Raí e a esquadra guerreira de Rogério, Lugano, Luisão, Amoroso e Cia. Mas nunca tivemos um time tão sem alma como este bando que foi dominado totalmente pelo Cruzeiro nesta Libertadores. Poupemos de ontem apenas os zagueiros (André Dias, Renato Silva e incrível, até nosso odiado Richarlyson, que é fraco demais tecnicamente mas que pelo menos deu o sangue), o esforçado e limitado Zé Luís, o goleiro Denis, o incansável Jean e o menino Marlos, que tentou lançar o time ao ataque, mas ia jogar com quem, Muricy??????
Os desgraçados maiores são 5. Júnior César é um lateral que não marca ninguém e quando ataca, tem a “inteligência” de tentar cruzar com o rival a centímetros dele: bola na perna do rival, óbvio! Washington é um poste inútil, apanha da bola o jogo todo e ainda tem a postura insuportável de reclamar do juiz em todas as jogadas em que ele é dominado. Borges? Ah, o cara brilhou no Brasileirão do ano passado, é artilheiro e coisa e tal. Porra, ser artilheiro do time naquele Brasileiro sem ninguém é tão fácil que o Borges foi artilheiro do time, com um golzinho a mais que o... Hugo!!! Sempre disse: não confio em zagueiro ou atacante com cara de paisagem, cara de bunda. Sempre disse que quando a coisa aperta, o Borges - parodiando o provérbio infeliz do mito Rogério – “não perdoa: ele some”. Como é possível gostar de um cara que só tem uma jogada: receber de costas e tentar girar procurando o gol? Como gostar de um atacante que é incapaz de fazer uma tabela????? E o Hernanes, que disse na véspera do jogo de ontem que não encarava a noite de ontem como vital mas apenas mais uma, em sua “filosofia” ridícula e vazia que a mídia adora??? O máscara entrou (máscara que surgiu depois do Muricy lhe dar a 10) e foi o mesmo inútil covarde em câmera lenta de todo esse ano. Em 45 minutos não fez uma jogada decente sequer. E, o mais revoltante de sua atuação: revendo o primeiro gol do Cruzeiro pela TV, percebi o que não percebera no estádio. Lá gritei, "o cara vai chutar!" e ninguém marcou. E o homem que estava na frente do cruzeirense era Hernanes. O que ele fez? Em vez de se matar, se jogar, lutar, ele virou de costas e levantou o calcanhar. Um deboche e ausência de garra total, que é a marca de sua falta de futebol e vontade este ano. Esse tem que ir embora agora.
Pra encerrar, o que esperar de um treinador que baseia o esquema de jogo do seu time em bola na área??? O que esperar de um cara que enfrenta um jogo decisivo precisando vencer e coloca três zagueiros e dois volantes defensivos??? O que esperar de um tetraperdedor que foi batido nas últimas quatro Libertadores por clubes brasileiros??? E o que esperar de um cara que, cada vez mais “refinado”, agora não perde um jogo dos mata-matas, mas os 2, como fez com o Cruzeiro e com o Corinthians no Paulista?
Eduardo Costa? Ele e Jean ficaram sobrecarregados na marcação porque Muricy ainda não entendeu que as partidas são vencidas com o meio-campo que mais detém a bola e sabe jogar com ela. Tomou dois amarelos porque cobria o inútil Júnior César. Culpá-lo pela derrota é atenuar a covardia e burrice de Muricy.
Dagoberto? Correu muito mais que Washington e Borges juntos, têm muito mais vontade que eles, mas não é o grande jogador que acha que é. E ser parceiro de um cara incapaz de fazer um mero 1-2 como Borges ninguém merece.
Pra encerrar, nosso presidente que quer ser campeão não comprando ninguém e querendo todos os jogadores de graça. O que esperar de um presidente que não investe, que não gasta um tostão com contratações???
Parabéns, Cruzeiro, vocês pelo menos sabem fazer algo que o bando do Muricy é incapaz de fazer: tocar a bola.
Parabéns, Muricy, você e seus três brasileiros ganhos jogando feio contra ninguém acabaram de enterrar tudo o que mestre Telê criou. Toda a arte e belo jogo de Telê você acabou de enterrar ontem.
Desculpem se ofendi os idiotas, como eu, que presenciaram no Morumbi gelado ontem o funeral dessa camisa que é muito mais que nossa própria pele. Uma camisa que o Borges Samambaia vive pedindo pra deixar e o Washington Coração Insolente jamais vão entender o que significa. Uma camisa que é um dos poucos elos hoje de um pai já velhinho, boina na cabeça pra proteger do frio, andar vagaroso e seu filho que tenta vencer na vida. Um elo que estes desalmados jogadores do São Paulo 2009 não respeitam. Porque Washington, Hernanes, Borges e cia. não estão nem aí se propiciam ou não o sorriso cúmplice do pai e do filho. O sorriso do único passeio que ainda faço junto de meu pai: a ida ao Morumbi.

segunda-feira, junho 15, 2009

A voz que nos salvou


Sexta-feira, dia dos namorados. Sem a cara metade, a solução era a companhia, sempre salvadora, do rock and roll, aquele que desabafa por nós. Recorri então ao meu “cardiologista” infalível, o rock legítimo - de letras que têm o que dizer e muita atitude ou de bom-humor inteligente – que os veteranos dos anos 80 sempre nos deram. Não esperava, porém, a surpresa dela. Não tinha lido o programa do show. Eis que a moça subiu no palco de repente com um sorriso fácil iluminado e uma voz arrebatadora, que preencheu cada cantinho e coração livre-vazio da chopperia do SESC Pompeia. Eis que ela teve a coragem de mandar de cara uma baladaça de uma banda ultra-romântica dos anos 70, Carpenters. Um Carpenters que na voz dela - plena de emoção sincera e alegria - perdeu um pouco o açúcar em excesso e virou “apenas” uma canção de amor vital. Na sequência, Vanessa Krongold, foi ainda mais valente ao entoar Heart of Glass, belíssima e empolgante canção de uma diva histórica do pop rock, Debbie Harry, da banda Blondie. Valente porque essa música exige uma viagem dos agudos aos graves só permitidas a quem tem uma voz maravilhosa, rica e ampla.
Vanessa, que eu e meu dinossaurismo roqueiro não conheciam – me perdoe! – tem essa voz. Porque ela tem a música dentro dela. A música que vem da alma como se fosse uma cantora negra do passado e de hoje dando sua mensagem, entrega e paixão Soul. E ela ainda queria mais em sua missão de fazer-nos esquecer aquela data, o 12 de junho, ou celebrar junto dela um amor diferente e não menos belo chamado música de coração. Contou agora com a loucura e garra de Wander Wildner, ex-Replicantes (Surfista Calhorda, lembram?) numa parceria insana e doce em outro clássico, a balada Candy - eternizada por Iggy Pop e Kathy Pierson (B-52´s). Wander iniciou a canção, se entregando, se jogando e gritando o amor da balada. E foi então que Vanessa fez outra mágica: fez com que o verso inicial que cantou - um dos mais dolorosos para os corações partidos há muito tempo (I had a hole in my heart for so long) – virasse apenas beleza. A beleza, garra e verdade da sua voz. A beleza de uma mulher com jeito de menina que parece brincar de cantar, um brincar como se estivesse cantando para seu amor no escurinho de algum lugar encantado. O verso mais duro possível, no canto de Vanessa, nos fez levitar e esquecer essa besteira romântica de corações partidos, sai dessa! “Cai fora, vai viver, vai escutar música de verdade cantada e tocada por roqueiros de verdade, pega uma cerveja, e apenas curta; tá, com todas as veias e coração...”, essa parece ser a mensagem da Vanessa e dos seus companheiros nessa noite tão despretensiosa quanto inesquecível que rolou na Pompeia. Companheiros que envelheceram com tanta dignidade como o Clemente, um dos pais do punk paulista nos tempos de Inocentes; como o grande louco e entertainer Marcelo Nova, ex-Camisa de Vênus, e o mais maluco ainda, Wander Wildner, ex-Replicantes. E ainda houve os caras do vital Ultraje a Rigor mandando um hino torto do amor divertido típico dos anos 80, Ciúme, com um final explosivo do baterista com mão de joalheiro e homem-bomba que estava junto nesse louco show batizado de “Os roqueiros também amam”.
Shows como esse deviam ser semanais para acabar com a fraqueza de quem quase se entrega a deprês que não levam a nada.
Segue abaixo então uma palhinha da Vanessa arrebatando fácil, simples e natural, transformando, como ela tão bem sabe fazer, o amor numa coisa gostosa e alegre. E reparem na figura do Clemente!
E faço um pedido a Vanessa e sua banda, o Ludov: um álbum de covers de vocês arrebentaria!
Depois dela nos vídeos abaixo, o grande Marcelo Nova!





sexta-feira, junho 12, 2009


Pequena obra-prima do atual cinema francês, Stella é um filme ora brutal, ora doce, a contar as inúmeras batalhas de uma menina humilde, na França dos anos 70, para encontrar uma vida melhor. Uma vida contra a realidade dos pais ignorantes donos de um bar repleto de bêbados. Contra a violência de mentes e homens brutos. Contra a falta de atenção dos seus pais e promiscuidade do casal. Contra uma maioria de professores especialistas em humilhar os alunos mais atrasados. Contra o começar o jogo já perdendo de quem provém de um lar sem livros. Contra tudo e todos, a pequena mas valente Stella vai encontrar um caminho quando a colocam, quase por acaso, em uma escola de ricos.
O caminho chama-se Gladys, uma simpática filha de cultos imigrantes argentinos que vivem em Paris em boas condições financeiras. Um dínamo de vontade de aprender, sobretudo de mergulhar nos livros e canções, Gladys torna-se uma guia, verdadeira mestra precoce, para a péssima aluna Stella. Péssima apenas porque a menina da periferia nunca fora incentivada a ler e estudar em casa nem tivera acesso ao libertador mundo dos livros. Péssima porque nenhum professor jamais se interessara em lhe ajudar.

O filme emociona e arrebata em pequenas doses à medida em que Stella vai percebendo o valor dos livros, suas luvas de boxe contra sua condição social, e também da música – as canções de seu país e da Itália, e também o rock and roll furioso. A música ela traz em parte de sua própria casa, dos bêbados mas amantes da vida que cantam, dançam e gritam no bar de seus pais. Com a ajuda de Gladys, ela ainda percebe que algumas canções eram sua própria história ou desejos de ter uma vida decente e alguém que a amasse. Alguém que a amasse como seus pais não conseguiam.
Além das descobertas e experiências da adolescência, o filme é uma bela e furiosa canção juvenil sobre o poder da literatura e da amizade para salvar a vida de uma criança. Amizade não só das duas meninas, como de um dos bêbados e marginais que frequentam o bar, o jovem fracassado mas de coração puro, Alain Bernard, que é o anjo que consegue tornar o bar mais suportável para Stella. Alain é interpretado com alma por Guillaume Depardieu - filho do mito do cinema francês, Gerard – em seu último papel antes de morrer. Bonito que tenha brilhado pela última vez nesse pequeno grande filme maravilhoso que é Stella, uma verdadeira ode à força incomparável da cultura.
O filme é também uma lição para muitos jovens alienados de hoje, como aqueles que têm acesso aos livros e desprezam-nos. Aqueles que poderiam construir um mundo melhor e mais humano para a maioria de Stellas que assolam nosso Brasil mas, infelizmente, preferem pensar apenas em si. Pensar, não, porque preferem apenas ler superficialmente na internet as homepages dos portais e uma ou outra notícia que acessam. Preferem apenas seguir os mandamentos e preconceitos de muitos pais que não estão nem aí para incentivar seus filhos a olhar além de seus próprios umbigos. Preferem acreditar que a vida resume-se a estudar para entrar na faculdade (decorando e não refletindo, tampouco se humanizando), dar duro por um bom emprego, se dar bem na vida e ponto.
Graças que a diretora Sylvie Verheyde teve a coragem de fazer esse filme, que conta a sua própria fantástica história de superação. Porque Silvie e Stella são a mesma pessoa.

domingo, junho 07, 2009

Número 1 Eterno


Poucos ídolos e heróis do futebol foram tão discretos, fora do campo, como ele. Poucos foram tão decentes e humildes em campo. Porque Cláudio Taffarel era de uma espécie de homens dignos cada vez mais rara no mundinho ultrabajulado dos milionários da bola de hoje. Por isso deu gosto ver hoje a casa bonita mas pequena - em comparação com as megamansões de outros famosos dos gramados - desse fantástico goleiro. Fantástico porque mesmo tão criticado muitas vezes, ele crescia na hora certa. Quando o negócio era Copa do Mundo, Taffarel se tornava o maior goleiro do planeta. Neste vídeo, curtam a simplicidade de um dos heróis do Tetra (Copa de 94) e a cara de pau e malice do Galvão, que tentou fazer o papagaio falar várias vezes e não conseguiu a expressão que o locutor inventou e consagrou: "Sai que é sua, Taffarel!"
PS - Taffarel é um dos personagens de meu livro, Heróis do Esporte, Heróis da Vida, um livro em que "só entra" quem tem muito caráter. Quem quiser descolar e ler o capítulo "O anjo de Marselha", entre em http://tinyurl.com/qm279q

sexta-feira, junho 05, 2009

Alma nova


No meio de tanta porcaria ultracomercial que é o rock dos anos 2000, é bom escutar uma voz e uma banda que transmitem algo raríssimo hoje: alma. Já falei deles uma vez. Falo de novo. Kings of Leon. Toneladas de alma na batera furiosa, riff de guitarra energético e, sobretudo, no canto belo, rouco, visceral e urgente de seu vocalista. Pra reencontrar a beleza e fúria de viver, procurem esses caras, liguem no carro, acelerem ou simplesmente escutem-nos olhando pra lua, sozinho com seus sonhos, pensamentos e lembranças.

quarta-feira, junho 03, 2009

Gladiadores!


A ideia foi de Pep Guardiola: queria passar um vídeo motivacional para seus atletas antes da final contra o Manchester. Por isso encomendou a um amigo jornalista que editasse um vídeo, pedindo que ele incluísse algumas cenas do filme Gladiador e que todos os jogadores do Barça, entre titulares e reservas, aparecessem no vídeo. O resultado, sensacional, vocês veem aqui. Deixem rolar o vídeo (no começo essa história é contada no idioma catalão) ou arrastem até 2´04´´ que aí começa a rolar o filminho que injetou ainda mais vontade nos artistas-guerreiros que conquistariam a Europa. Cliquem no ícone para ampliar tela porque a imagem é perfeita!
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