domingo, outubro 04, 2009

A grande chance


A Olimpíada no Rio de Janeiro é uma oportunidade fantástica e única para o Brasil se transformar não apenas esportivamente mas social e economicamente também. Mas isso só acontecerá se os homens do Rio 2016 pensarem nos Jogos não apenas como um evento impecável, de instalações esportivas maravilhosas, mas depois abandonadas e em soluções viárias meia-boca – como ocorreu no Pan 2007, em que tiveram a coragem de chamar uma linha especial de ônibus com poucas paradas de “metrô de superfície”.
É hora do Rio realmente transformar-se e não apenas ganhar uma maquiagem, como ocorreu no Pan. É hora de lutar mesmo pela diminuição da poluição na Baía da Guanabara; revitalizar toda a zona deteriorada do Porto, ganhando-a para o Turismo e serviços – como fez Barcelona´92 - e mudar o pobre sistema viário e de tráfego da cidade com, no mínimo, a sempre prometida e nunca executada ampliação do metrô da zona sul até a Barra. Só assim o Rio será pujante de novo e deixará de viver apenas de suas paisagens maravilhosas, carnaval e turismo.
Quanto ao esporte, o governo brasileiro, que injetará a maioria dos bilhões em obras de infra-estrutura dos Jogos, precisa também perceber que só investindo na base - no esporte desde a escola e em projetos esportivo-sociais – é que poderemos nos tornar uma potência olímpica e fazer bonito em 2016. Torcemos para que os erros de Pequim (gastamos uma fortuna na preparação de nossos atletas de ponta e fizemos uma campanha fraquíssima) não se repitam. Só botando grana lá embaixo, nas crianças e adolescentes que praticam esportes, poderemos dar nosso salto esportivo. Só assim poderemos escapar da sina de país de poucas modalidades de sucesso em Olimpíadas, como o vôlei, judô e iatismo, e outros brilhos isolados graças a raros fenômenos como um César Cielo.
Não podemos seguir apostando no fracassado modelo (em número de medalhas) do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), que recebe uma bolada das loterias do governo e repassa essa fortuna para as confederações esportivas, em vez do dinheiro chegar a quem realmente revela e apoia atletas nesse país, os clubes formadores.
É hora de Nuzman, presidente do COB - grande responsável pela vinda da Olimpíada ao Rio, junto do empenhado governo brasileiro – repassar um pouco de seu poder e recursos para os clubes e, por que não, para programas de iniciação esportiva.
Lula emocionou o país em sua brilhante e apaixonada defesa do Rio 2016 em Copenhague. Que agora trabalhe para realmente merecermos o maior evento do planeta, que não merecemos por nossa falta de uma política esportiva ampla e, sobretudo, falta de transparência dessa política, como ficou provado no escandaloso aumento de orçamento em cinco vezes (custo final de 5 bilhões) do Pan 2007, além de inúmeras denúncias de irregularidades nas licitações.
O duro será conter esses caminhos nebulosos do dinheiro que entrará visto que os cabeças da Olimpíada são os mesmos do Pan...
Rezemos então, para não perdermos a chance de mudar o Rio e o Brasil com algo tão grandioso e promissor chamado Jogos Olímpicos. E há ainda algo talvez ainda mais belo e humano, os Jogos Paraolímpicos, que são outra oportunidade: de propiciarmos uma inclusão decente de nossos portadores de necessidades especiais, coisa de que também estamos muito distantes.
PS – Já é notório que a maior parte dos bilhões necessários para as obras do Rio 2016 virá do governo. Me pergunto onde está a iniciativa privada nesse caso? Os empresários brasileiros não se interessam em melhorar o país? Que eles também abracem essa oportunidade apoiando nossos atletas, desde a infância, e ajudando a fomentar um país esportivo, coisa que não existe num Brasil onde apenas 16% de nossas escolas públicas possuem uma quadra poliesportiva.

2 comentários:

  1. Ey!!! hermano!! como va la vida por aquellas tierras??
    Que fenomenal que os hagan las Olimpiadas alli, eh? felicidades.
    jo espero algun dia poder ir a verlas, ya que es imposible que participe por lo menos ira a ver las.jajaja.
    bueno tio
    un fuerte abrazo des de València
    Miquel.

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  2. É Zé, como diria o ditado, a esperança é a última que morre. Espero que agora os pilantras desenvolvam uma política de apoio ao esporte para formação de atletas já nas escolas, apoio ao clubes e ts mais, mas que isso não fique apenas no planejamento e que não seja somente para as Olimpíadas do Rio, mas sim definitivo. Potencial nós temos, basta trabalhar. E torcer para que os desvios não sejam tõa exagerados como no Pan. Roubar irão, isso é certeza, mas que pelo menos não sejam tão cara-de-pau como no Pan. E falando nisso, vi hj no jornal que um dos principais organizadores para o Rio 2016 foi um dos condenados a devolver quase 20 milhões à União por fraudes no Pan. Não é dificil saber o que vai acontecer!! Abraço Zé.

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