quinta-feira, dezembro 31, 2009

2010 Para Sempre


“Para sempre ao seu lado” não é mais um simples filme tocante baseado numa história real. A história do akita japonês Hachi e seu dono, um professor universitário de música de Tóquio, é uma lição de amizade eterna. Mais que isso, é um nocaute naqueles que deixam de ver os seus amigos mais importantes. A lealdade, na verdade, algo bem mais forte que esse sentimento, faz Hachi esperar todos os dias seu dono voltar do trabalho na estação de trem. Seu dono, não. Seu amigo, seu companheiro, seu amor em uma escala difícil de mensurar, pois trata-se de um amor infinito. Infinito e eterno, porque Hachi seguirá esperando pelo professor todos os dias, mesmo se não for mais possível ele voltar.
Em algum momento do filme, belíssima adaptação da história real pelo diretor sueco Lasse Halström (de “Chocolate”), alguém fala na importância de não esquecermos quem amamos. Refere-se, claro, a Hachi, mas o comentário serve a todos nós que temos amigos e amores que não esquecemos. Aqui, porém, cabe um adendo: algumas dessas pessoas com quem não falamos mais, ou que não procuramos mais, nós não esquecemos. Basta uma história como essa, uma canção, um lugar, um exemplo como o de Hachi, para voltarmos no tempo e para desejarmos ver agora, urgentemente, essa pessoa que assalta nossa memória e coração. Triste não sermos, então, corajosos como Hachi. Triste não irmos esperar essas pessoas na saída de seus trabalhos. Triste o ser humano não superar suas fraquezas e, às vezes, seus erros, e não ir lá fora tentar resgatar um pouco das pessoas que foram essenciais para a formação de nosso coração.
Outra frase do filme, dita pelo professor, aborda um tema paralelo, mas que se relaciona também com a busca por um encontro de Hachi: o professor de música diz aos seus alunos que a música tocada na hora, ao vivo, tem algo que as canções gravadas jamais terão: tem a vida sendo construída, emitida, sentida, tocada, transmitida para as pessoas naquele exato momento. Essa vida não pode ser reproduzida com um simples apertar da tecla play. Porque essa vida ao vivo chama-se criação. E escutar, ver e sentir a obra sendo criada é um dos tesouros de um tempo chamado presente.
Talvez por isso que Hachi não aceite viver de lembranças. Ele quer o presente de novo, ele não quer a vida, o carinho, o pulo, o abraço, o amor que pedirá, sempre, o ENCONTRO. Não era isso o que sempre pedia e cantava o poeta Vinicius?
“A vida é a arte do encontro.”
Espero que sejamos mais Hachi em 2010.
Espero que transformemos afetos e lembranças em ações.
Fotografias são belas mas são apenas pedaços de papel ou retângulos frios na tela de um micro.
Por isso, pé na rua, pé pra fora de nossos orgulhos e receios, para reencontramos quem não pode virar uma simples foto.
Disposição, meus caros, e um feliz 2010. Corações que não se transformam em passos e abraços não valem nada.

sábado, dezembro 26, 2009

O presente de Natal


As mesmas origens na escola, a adolescência com instantes mágicos compartilhados, a paixão meio louca pela vida. O romance de dezembro parecia promissor, mas tudo acabou rápido e fugaz como começou. A mágica da juventude ficara para trás. Mas pela manhã, depois do fim, ele pegou o belíssimo presente de Natal que ela lhe deu, colocou no carro e pelo menos pôde conhecer uma das mais bonitas baladas da história do rock. O mais incrível e louco é que a baladaça é do AC-DC. Love Song. Canção de Amor. Paulada para corações solitários. O raro momento em que Angus Young, em vez de explodir o mundo, resolveu dilacerar os corações mais românticos. A epifania do vocal sublime do falecido Bon Scott cantando o amor como se deve: com a simplicidade e intensidade de um homem que ama uma mulher com uma paixão e entrega juvenil. Sim, o caso de dezembro acabou, mas o coração ganhou mais um daqueles presentes e remédios incomparáveis que são as grandes canções. Apertem o play abaixo e mergulhem fundo na dádiva que é esta canção. Obrigado, moça, que puta presente!*
* Love Song é a 2ª faixa de um dos cd´s (tem também um DVD) de uma caixinha que o AC-DC lançou há pouco tempo, Back Tracks.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Homens que desabam de montanhas


Greg Long, vencedor do histórico Eddie. Waimea.9/12/09
“... no mar que não nos dá coisa alguma a não ser pancadas e por vezes uma oportunidade de sentirmos nossa própria força”, assim escreveu Joseph Conrad no clássico "Juventude". Sim, ele só sabia do mar como marinheiro e escritor a enfrentar o alto mar, não como surfista. Não compreendia tudo que o oceano poderia oferecer na arrebentação. Mas sobre a força ele tinha razão pois, quando o mar cresce, é atrás de algo maior que encaramos o grito do oceano.
A sexta-feira chuvosa de duas semanas atrás não convidava. Mas sabíamos que elas estariam lá. Elas, as ondas. Mais que isso, algo maior, não só fisicamente falando. Algo chamado Ondas Grandes. Havia desistido, mas no último momento disse ao brother, “vamo lá, se estiver insurfável (nosso pico costuma virar uma maçaroca gigante sem boa formação logo que entram as frentes frias) pelo menos a gente toma umas vacas enormes”, falei. Mal sabia que a brincadeira das vacas seria profética...
Sabadão. Choveu a viagem toda mas ventava fraco, bom sinal para a formação de nossa praia, muito aberta, desprotegida dos ventos fortes. Chegando lá, a chuva também havia parado. Uma leve olhada e, coisa rara, a arrebentação não parecia muito complicada.
Não parecia... A remada foi longa, sem parar, braços, ombros e costas no limite. O brother que tenta voltar à velha forma toma uma série toda na cabeça, mas chega lá.
Chega lá atrás. E tem a visão mágica maior para qualquer amante das ondas e do mar: vê as morras, as montanhas. Sim, para surfistas profissionais seria apenas um bom dia de ondas médias, no máximo dois metros. Para nós era o Himalaia. A cadeia montanhosa toda, pois as séries não paravam de rugir, e cada onda despencava como poucas vezes havia visto em nossa praia: desabava de repente, triângulos projetando-se como a mandíbula de um tubarão dando o bote. As presas eram nós... Mas antes de sermos atacados, fizemos o que qualquer privilegiado duma session poderosa dessa faz: rimos, maravilhados com a fúria e altura das bestas líquidas; rimos especialmente da imensa cortina-spray de água que nos lavava a cabeça das morras arrebentando enquanto escapávamos delas remando mais para o fundo. Ríamos como se orássemos ao grande deus dos mares, ao grande Deus que fez tudo isso. Ríamos em comunhão com o máximo em emoção e beleza que a vida e a natureza podem oferecer. Ríamos de alegria por estarmos lá. Ríamos porque éramos loucos caçadores de uma caça aquém de nossas pranchas. Loucos porque aqueles “rifles” 6´2 mostravam-se pequenos para a magnitude da caça e nossas habilidades de poucos recursos.
Logo um ria do outro...
A primeira montanha me atirou feito faca, horizontalmente, fisgando as costas de um jeito que achei que a session tinha acabado. Sorte que logo a dor passou, só um susto.
A segunda montanha eu descia bem, na emoção do drop vertical, o possível com aquela pranchinha pequena, até que paguei o preço. A pequenina não aguentou a fúria da vaca que logo veio, sendo catapultada feito estilingue comigo, e isso ainda arrebentou a cordinha.
Poderia ter ficado nervoso, mas o amor do surfista por sua prancha faz milagres. Só pensava em como estaria minha menina, minha prancha, que desaparecera e devia estar sendo devorada pela série que explodiu na sequência, sobre ela e minha cabeça. Mas logo passou e pude nadar forte. Em poucos minutos os pés já tatearam a areia, mas ainda não a via.
Mais um pouco e vi a pequena lá na areia, quase fincada na areia.
Mais um pouco e apanhei-a nos braços e, sorte, sem ferimentos em sua face e contornos de fibra.
Caminhando na areia, voltei os olhos para o mar e vi os dois amigos sendo engolidos pela série explodindo forte, mais risadas...
Não tinha alternativa, corri pro carro e bora comprar outra cordinha. Correria e em menos de 20 minutos tava de volta na praia. Passar a arrebentação dura pela segunda vez foi mole, pois a sede de aproveitar aquele marzão de gala torna tudo possível.
Bora então para alguns drops bem-sucedidos e outras série de caldos nervosos pra alegria do brother que ria sem parar.
Rimos mais um bocado, mas não só de sacanagem. Era a alegria pura que as ondas grandes nos proporcionavam. A alegria de experimentar a magnitude da natureza. A alegria de, na grande festa, sermos convidados de honra. Sim, de honra, porque a praia de nosso coração nos prega peças mas sabe também nos oferecer presentes inesquecíveis como algumas ondas que valem semanas todas longe do mar.
Que todos nós lembremos, fora do mar, do desenho mais bonito, o sorriso escancarado em nossas almas quando em sessions de gala.
PS – Enquanto experimentávamos nosso big saturday modesto, Waimea quebrava histórico... Quem sabe surfávamos o último grãozinho do swell havaiano... (risos!)

terça-feira, dezembro 15, 2009

Imperdível

Não dá para perder o Profissão Repórter de hoje, 3a. feira, 15/12, na Globo. A equipe de Caco Barcellos, reforçada pela melhor jornalista (de texto) do país, Eliane Brum, entra na Enfermaria de Cuidados Paliativos do Hospital do Servidor Estadual, em São Paulo. Ali, médicos e enfermeiros lutam para tornar menos sofridos – e mais felizes – aqueles que podem ser os últimos dias de pacientes terminais.

terça-feira, dezembro 08, 2009

Big Monday. A besta acordou


O swell da década atingiu o Hawaii ontem, 7 de dezembro, especialmente na mítica baía de Waimea. O local Shane Dorian, um dos maiores big riders da história, disse que foram as maiores ondas que pegou na remada na vida, cerca de 25 pés havaianos (muito mais pés na nossa medida). O ex-tricampeão mundial, o australiano Tom Carroll, tomou uma bomba que quebrou sua perna e cotovelo. Com muita valentia ele conseguiu nadar até a areia. Confiram as bestas desse dia histórico. E hoje está rolando o Eddie Aikau, na mesma Waimea.

Mãos e Corações Pinheirenses


Como vencer o favorito Osasco – dez vezes campeão paulista - e suas sete jogadoras de seleção brasileira, quatro delas campeãs olímpicas? A resposta foram as mãos cheias de coração das guerreiras do vôlei feminino do Pinheiros/Mackenzie. Guerreiras vibrantes e explosivas a cada jogada. Guerreiras conscientes, tão bem armadas e lideradas pelo talento e equilíbrio da capitã e levantadora Fabíola*, grande regente do Pinheiros campeão paulista de vôlei de 2009. Guerreiras tão bem treinadas e motivadas pelo treinador Paulo Coco, que soube marcar para suas atletas as principais ações ofensivas do Osasco, como as quase indefensáveis pancadas violentíssimas de Natália, as cortadas de força e técnica de Jaqueline e Sassá e o ataque de meio lá do alto de Thaísa e Adenízia.
Indefensáveis se não estivesse do outro lado o corajoso e eficiente bloqueio azul puxado pela garra da central Bárbara.
Indefensáveis não estivesse do outro lado os mergulhos e verdadeiros salvamentos da líbero Verê.
Indefensáveis se a maioria dos bombardeios do Osasco não fossem amortecidos pelas mãos azuis. Amortecimento que dava chances de um bom passe e tempo para a maestria e visão de Fabíola para servir com perfeição suas atacantes.
Atacantes que arrebentaram o sólido bloqueio e marcação do Osasco como a tão rápida quanto furiosa ponteira Fernanda Garay, grande destaque das finais.
Atacantes como a porradaria enfiada pela ponteira Ju Costa (substituída por Cibele no último jogo) e as bolas precisas atacadas sem medo pela oposta Lia nos momentos mais difíceis.
E houve ainda os ataques de meio de rede de Bárbara, que cresceu muito no último e decisivo jogo, e Lígia.
Foram três jogos duríssimos que deram o segundo título paulista ao Pinheiros (1999 e 2009) e elevaram as mulheres do Pinheiros/Mackenzie à condição de uma das forças maiores na próxima Superliga. A sofrida derrota inicial em casa (3 sets a 2, perdendo de virada) foi compensada pelos impecáveis 3 a 0 aplicados em plena quadra do Osasco, na 2ª partida. Finalmente, na noite de 2ª feira, as pinheirenses ficaram muitas vezes atrás no placar mas viraram na raça (como no 15 a 20 no quatro e decisivo set) e fecharam em 3 sets a 1 (21-25, 25-23, 27-25 e 25-22) para delírio da torcida que lotou o ginásio do clube da capital.
A raça que foi tão bem destacada pelo treinador adversário, Luizomar Moura e pelos comentaristas da Sportv, que passou ao vivo as finais.
A raça que orgulhou o Pinheiros nessa inesquecível noite de 6 de dezembro.
Que seja o começo de uma história ainda maior, como uma sonhada conquista do Brasil...

* MOMENTO MÁGICO
O símbolo do Pinheiros/Mackenzie campeão foi uma genial jogada executada pela bela Fabíola na 2ª partida da decisão. Após receber um passe complicadíssimo, os dedos mágicos e a incrível visão e serenidade dessa levantadora-pianista, conseguiram fazer um levantamento de costas para um ataque e ponto decisivo da equipe azul. Ali ficou claro que o Pinheiros possuía uma qualidade vital para um grande campeão: a superação e o talento de uma levantadora - posição-chave e cérebro de uma equipe de vôlei – excepcional.
PS - Não entendo porque a Globo sabota a própria Globo. As finais do Paulista de vôlei foram transmitidas pelo Sportv e hoje o Globo Esporte exibiu uma "incrível e longa" reportagem de 30 segundos sobre o título do Pinheiros... E na sequência, reportagem sobre s Superliga, com entrevistas de treinos, falando da Superliga, com... as derrotadas do Osasco. Nadinha de entrevistas com as campeãs do Pinheiros... É brincadeira!!!

segunda-feira, dezembro 07, 2009

O poder rubro-negro


O Flamengo deve o Hexa à três peças mais poderosas. A primeira, como bem destacou o grande ídolo da equipe, Petkovic, é Andrade. No meio da festa, quando poderia se autovangloriar como o nome maior do hexa, o ainda genial Pet (37 anos!) foi grande e digno: “Andrade é o herói maior”, disse aos microfones das rádios e redes de TV. Sim, um herói pacato, que superou a desconfiança de ser um mero treinador interino para armar uma equipe que jogou o futebol mais bem jogado e vistoso desse Brasileirão (*). Sim, Andrade, o homem calado, o como o bom mineiro que sempre foi, sem a pose e/ou prepotência de nomes mais badalados como Luxemburgo ou Muricy, conduziu o Flamengo à uma incrível recuperação no 2º turno. E fez sua equipe vacilar pouco, menos que Palmeiras e São Paulo, passando ao seus comandados o equilíbrio que sempre teve. Será que agora seu bom goleiro mas arrogante e desconhecedor da própria história do clube, Bruno, terá coragem de ofender seu treinador, como fez no início de trabalho de Andrade? (Bruno disse para ele, “Quem é você? Nunca ganhou nada”. O “nada” do ignorante goleiro era na verdade tudo: estaduais, brasileiros, Libertadores e Mundial). E agora, acrescente-se ao currículo de Andrade o fato de ser o primeiro negro a ser campeão brasileiro como treinador.
Depois de Andrade, temos Adriano. O baladeiro, faltador de treinos e artilheiro mimado foi tolerado por Andrade para ser o nome mais temido do ataque rubro-negro, com seus gols e marcadores dominados, deixando companheiros livres.
Finalmente, mais que Adriano quem brilhou foi o sérvio mais carioca do planeta, Petkovic, autor de gols decisivos como na vitória contra o Palmeiras em pleno parque Antártica, e de inúmeros escanteios que resultaram em gols como na própria decisão de ontem, contra o Grêmio, em que os dois gols saíram de suas cobranças venenosas. Mais que isso, Pet foi a certeza de que ainda é possível vencer com um futebol refinado, de habilidade, dribles e tapas precisos na bola. Grande craque do campeonato, o sérvio foi, dentro de campo, um verdadeiro alívio para quem preza o futebol bem jogado, com arte. Uma arte que os cegos viram no futebol de breves repentes mas mais para a força de Diego Souza, que muitos jornalistas pró-Palmeiras tentaram vender como o craque do campeonato antes dos verdes despencarem ladeira abaixo.
Há outras qualidades no Fla Hexa, claro, como o meio-campo que rola a bola de pé em pé, alas que apoiam bem (mas marcam mal) e uma zaga segura, mas o peso de Andrade, Pet e Adriano é bem superior.
Hexa merecido.
* Quem jogou o futebol mais belo do Brasileirão, mas apenas em sua reta final, foi o inacreditável Fluminense de Coca, Maicon e Fred; basta rever suas belas tabelas e gols.
PS – Não poderia ser mais justo o fiasco verde: perdeu a vaga na Libertadores com a apatia costumeira de seus falsos craques contra o Botafogo, Vagner Love e Diego Souza e pelo gol de Kleber, do Cruzeiro, contra o Santos. Justo Kleber, seu ex-jogador e fiel amigo da Mancha Verde. Será que Kleber vai dedicar esse gol ao Palmeiras, como fez na Libertadores, após marcar contra o São Paulo? E queria saber também o que seu presidente metido a intelectual, mas na verdade um ignorante passional da pior espécie, vai gritar de novo ofensas aos sãopaulinos, já quem morreu, de fato, foram seus porcos amestrados e subjugados. Finalmente, será que Muricy ainda acha que no Palmeiras o ambiente “é mais tranquilo e os caras são mais parceiros que no São Paulo”, como ele afirmou várias vezes quando estava na liderança?

quarta-feira, dezembro 02, 2009

Aprende com ele, Hernanes


Sim, ele é grosso, lento, espirra na canela e raramente acerta uma tabela, mas Washington sabe fazer gols e é um lutador. E, na hora em que a coisa apertou, nas duas últimas decisões, contra Botafogo e Goiás, foi um dos raros que realmente deu o sangue e cumpriu o seu papel. Enquanto aquele que se acha craque, Hernanes, se escondeu, não correu, não deu o sangue nem brilhou, o Coração Valente enfrentou as pedreiras na raça, perdeu alguns gols, mas enfiou três. Mais que isso, foi o único jogador tricolor realmente abatido após o papelão em Goiânia. O guerreiro, visivelmente emocionado, mal conseguiu falar aos repórteres ao final do jogo do Serra Dourada. Imagino em que situação estaria o São Paulo se Ricardo Gomes, que é bom treinador, não tivesse insistido em seu grande vacilo nesse campeonato: a alternância entre o Matador e o Cara de Bunda Dormida (me recuso a citar o nome do notadamente traíra, pipoqueiro e ainda protagonista de expulsão ridícula em Porto Alegre, que deu início ao festival de expulsões e depois festa do STJD em cima da gente). Caso Washington tivesse tido tranquilidade para jogar sem ser sacado a cada início de 2º tempo, o hepta já estaria no nosso peito. Esse foi, sim, o erro maior de Ricardo, e não outras bobagens, como insistir com o valente e incansável Jean na ala direita.
Que o Cara de Bunda Dormida prometa o que disse o ano todo: que queria ir embora. Vai logo, Morto!
Outros que não podem ser titulares são Renato Silva (falhou demais nas 2 decisões) e Avenida Vai Que A Casa é Sua Junior César (mas FICA, JC, se a solução “brilhante” for o (a) desgraçado (a) maior, Rick, o (a) cara que mais entrega entre todo o elenco). E, claro, arrumem um parceiro decente para Washington, pois Dagoberto Cabecinha de Azeitona, que fazia bom campeonato, também voltou ao Maternal contra o Grêmio e nos prejudicou demais.
Finalmente, como ninguém consegue tirar a máscara da Bailarina, que mandem-o logo pra Europa, porque não sei o que é pior: aguentar o sumiço do Hernanes quando a coisa aperta (brilhar contra o Vitória no Morumbi até eu) ou o seu discurso ridículo de frases feitas com pitadas pretensamente intelectuais que os idiotas do Globo Esporte têm a coragem de chamar de Filosofia. E Hernanes adora o mimo, reparem como ele força (espremendo o cérebro diminuto) para tentar formar frases “mais inteligentes” a cada entrevista. Claro que ele é um grande talento, mas o problema é que pensa que é o Zidane (só esqueceu da alma, garra e um “pouquinho” a mais de talento que o francês tinha).
Sujou geral, Juvenal, e quero ver algum trouxa pagar o preço absurdo que o senhor colocou para o jogo contra o Sport antes dos desastres carioca e goiano.
O trouxa aqui vai, mas só pra gritar o nome do injustiçado Washington, aquele que foi xingado e vaiado o ano todo por nossa própria torcida, que preferia o cruzamento de Bunda Dormida com Poste de Estrada de Terra Sem iluminação. Isso mesmo, "fantástica" Torcida Independente, vocês têm parte da culpa de bancar e apoiar o Morto o campeonato todo. Só perceberam a burrice no final do jogo contra o Vitória, quando finalmente apoiaram o jogador que realmente veste a camisa.