segunda-feira, fevereiro 22, 2010

Pandora é real


Gênio. Visionário. Revolucionário. Valente. O diretor James Cameron criou uma fábula de ficção-científica com uma crítica profunda e direta aos poderosos que saqueiam sem excrúpulos a Natureza de nações com grandes riquezas naturais. E ainda mergulhou seus personagens principais numa das mais belas histórias de amor, amizade e guerra da história do cinema.
Poucos cineastas como o americano Cameron tiveram a coragem de atacar claramente seu próprio governo, militares e empresas sem consciência ambiental ou social. Ou não é a riqueza desejada de Pandora, um minério raro, uma alusão ao petróleo do Iraque e outros países com solos ricos?
Pandora é também a história de civilizações nativas formidáveis que foram exterminadas pelos conquistadores brancos europeus ou descendentes dos brancos europeus. Pandora é os impérios Maia, Azteca e Inca na América. São os aborígenes dizimados pelos australianos e transformados, os que sobraram, em favelados. Aliás, o apego às energias vitais da Natureza, o conceito de que a Terra é sagrada, remete muito às tradições dos aborígenes. Pandora são os índios brasileiros praticamente exterminados pelos bandeirantes. É a Amazônia em que gigantes farmacêuticas vão se instalando e se apropriando de plantas medicinais e outros elementos curativos que abundam na Mãe de todas as florestas.
Pandora são as baleias e tartarugas caçadas sem dó, junto de outros inúmeros animais.
Pandora é ainda todo povo que resiste aos invasores ou acordos comerciais desiguais para preservar sua cultura e riquezas.
Além de toda a carga crítica à sede de poder e à natureza devastada de hoje, Cameron e seu Avatar ainda nos legam o belíssimo amor entre a guerreira de Pandora e o soldado humano arrependido. Mas isso é tema para um outro post. Avatar é grande demais para caber em um só texto.

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