segunda-feira, abril 12, 2010

Os mesmos erros. Santos campeão


O São Paulo, que poderia ter conseguido uma vitória espetacular contra a soberba santista, perdeu para si mesmo. Fossem os torcedores do São Paulo menos iludidos por jogadas de efeito de seus dois zagueiros e fosse a imprensa mais empenhada, a verdade sobre a deficiência mortal do São Paulo apareceria simples e clara. O São Paulo perdeu pelos erros de sua defesa, de Rogério até Junior César.
Primeiro os beques. Alex e Silva e Miranda são endeusados como monstros na arquibancada e pela maioria dos jornalistas. Sim, eles protagonizaram grandes lances ontem, ganhando várias jogadas, mostrando raça e técnica, mas na hora H, falharam e foram determinantes para a derrota tricolor. Uma simples análise do posicionamento dos dois zagueiros mostra a verdade. No segundo gol santista, Alex Silva, que joga pelo lado direito da defesa, estava colado a Jean. Ambos olharam Neymar cruzar sem fazerem nada. A bola atravessou a área tricolor e foi encontrar livre, perto da trave esquerda, o atacante André, livre. Na esquerda da área deve estar Miranda, é ali que ele joga. Pois Miranda estava atrasado e pior, andando. Viu André concluir tranquilo, acossado apenas por Junior César, que estava onde Miranda deveria estar. 2a 0 para o Santos.
A segunda falha da zaga veio no finalzinho do jogo. Perto da área, na esquerda tricolor, Miranda faz uma falta infantil. No jargão boleiro, “dá no meio” do “craque” santista, o zagueiro Durval. Qualquer jogador maduro que se preze sabe que faltas perto da área devem ser evitadas, ainda mais no finzinho da partida. Resultado? Madson cruzou no segundo pau. Pausa: O que fazia Alex Silva encostado no primeiro pau??? Marcava quem??? Não deveria ele, como mais alto jogador do São Paulo, acompanhar o mais alto santista, Durval? Não acompanhou. Volta pro cruzamento de Madson: a bola viaja por toda a frente do gol sãopaulino, Rogério sai mal pra burro, não consegue dar um tapa na bola, e ela sobra para, adivinhem quem?, Durval cabecear livre. Adivinhem quem marcava Durval e simplesmente não pulou com ele? Miranda. Para os que acham que persigo Miranda, revejam os gols, ou vejam bem esses dois desenhos toscos mas verdadeiros que eu fiz, reproduzindo seu posicionamento e falta de empenho em 2 gols santistas.

Outra verdade que ninguém comenta: Miranda só joga bem na sobra e com um sistema de 3 zagueiros. Assim, sendo o zagueiro da sobra (com os outros dois companheiros fazendo o jogo sujo), ele se destaca. Assim ele ganhou títulos brasileiros. Mas mesmo assim, falha demais, especialmente dentro da área, especialmente na bola aérea.
Outro detalhe: o Santos teve três escanteios perigosos no 1º tempo. Sabem quem tirou a bola, de cabeça? Washington.
Agora o resto da defesa. Rogério falhou bisonhamente, junto de Miranda, no terceiro gol. Só que Rogério sempre saiu mal do gol, a carreira toda, mas era bem defendido por zagueiros da estirpe e alma de um Lugano, Fabão e até do fraco Ed Carlos, que fez, paradoxalmente, uma partida monumental no título mundial de 2005. E Rogério, meus caros, é simplesmente o herói maior do título mundial de 2005 e um dos maiores da Libertadores 2005. O pior é que muitos querem aposentá-lo, colocando toda a culpa das derrotas recentes nele.
Nas laterais, Jean, que não é lateral, e Junior César, tomaram um baile dos santistas, especialmente JC, que fez até gol contra, no primeiro gol.
Agora o jogo: o Santos só não goleou no 1º tempo porque se acomodou. Na 2ª etapa, a entrada de Cicinho, que jogou como nos bons tempos, infernizando a defesa adversária, dando passe pra gol (de Dagoberto) e colocando fogo no jogo, acendeu o São Paulo.
A fúria veio também com Hernanes, fazendo 20 minutos espetaculares, parecia Falcão na Copa de 82 contra a Itália. Hernanes criou, driblou, fez um golaço, quase fez outros dois (um deles numa falta que Felipe tirou do ângulo), fez outra jogada sensacional, enfileirando os santistas até servir para o disperso Dagoberto perder mais uma bola. Só pergunto porque Hernanes não joga assim sempre? Porque sua máscara é do mesmo tamanho do seu potencial.
O outro possesso tricolor chama-se Jorge Wagner. Só vendo o jogo ao vivo, da arquibancada, percebemos sua real importância. Jorge Guerreiro joga por ele e por mais dois: defende pelo meio-campo todo (Souto é muito lento, Hernanes marca pouco), defende e ataca por Junior César e por ele mesmo. E outro detalhe: Jorge tem o empenho e a garra necessárias o JOGO TODO, bem diferente de Alex, Miranda e Hernanes, que sofrem vários apagões durante os 90 minutos por se acharem melhores do que realmente são.
Marlos me recuso a comentar. Só mesmo a gente, torcedores, pra acreditar que ele tinha acertado o time só porque jogara bem contra o Botafogo e contra um Santo André sem meio time e já classificado.
Dagoberto? Esse é uma farsa. Não fazia nada em campo, repetia a mesma jogadinha de fechar para o meio, quando fez um gol ao receber passe com açúcar de Cicinho. Aí cresceu um pouco. Esse tem uma máscara maior do que a de Hernanes e Robinho juntos. Sua maior qualidade é encher os adversários de cartões com suas encenações e divididas em que se joga de costas nos rivais e parece que é chutado.
Washington? Saiu no intervalo tendo recebido apenas uma boa bola dos companheiros, que ele virou e chutou no canto mas o bom Felipe pegou. Foi mal? E sua luta, e seu coração? Só isso já é um exemplo para um time que só mostrou brio no 2º tempo. Um brio que não haviam mostrado em todo esse ano.
O Santos? Ganso é o maestro, joga demais, tem visão de jogo dos grandes do futebol, dá sempre passes incisivos e Neymar tortura seus marcadores. Mas os dois se apequenaram na etapa final. Robinho jogou com inteligência na 1ª etapa, iniciando jogadas e servindo bem, depois sumiu. O resto não está à altura do apelido de máquina. Os adversários do Paulistinha é que são fraquinhos demais, São Paulo incluído.
O Paulistão já é do Santos. Acabou.

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