segunda-feira, outubro 11, 2010

SWU: Golpe ecológico


São tantas as críticas do público que enfrentou todo tipo de perrengue no Festival SWU que fica difícil dar conta de tantos erros e descaso da organização do evento. Só sei que ficou óbvio que os inventores deste festival usaram bem o conceito de "sustentabilidade" e defesa do meio ambiente para vender cotas de patrocínio para seu festival mas não para transformar isso em verdade durante o evento.
Queria saber quais os benefícios ambientais que os organizadores do SWU vão deixar para a população de Itu, sede do evento. Fácil responder: nenhum, ainda mais porque alugaram uma fazenda particular, a Maeda. Isso é bem diferente do que fazem outros festivais famosos por relacionarem a música com a defesa da natureza, como o Lollapallooza, nos EUA (os organizadores deste festival cuidam o ano todo da manutenção do parque onde ocorre o evento) e o Glastonbury, na Inglaterra.

Bom, alguns dos absurdos do SWU você lê abaixo, com alguns depoimentos de quem foi, publicados no blog do Estadão (dei um tapa na ortografia, por isso não tem erros):

Aline, sobre a megaconfusão e incapacidade dos organizadores do festival:
“Não vi nenhum segurança em volta dos impecilhos que tinham no meio do caminho até a frente do show (alguém poderia explicar o que eram aquelas tendas brancas que tampavam a visão do meio do palco do show?)... Não vi nenhuma ambulância, nenhum segurança além da porta, nenhum bombeiro, nenhuma pessoa de limpeza em nenhum lugar, nem tinha latões de lixo suficientes.
Não tinha água com os pouquíssimos vendedores que circulavam pelo show.
No final, não tinha nenhum tipo de venda no caminho super congestionado de saída, assim como nenhum funcionário que orientasse saída de carros, ônibus e pessoas. Tudo misturado. Aí falam: ahhh, festival de fazenda, com esse preço, dá pra imaginar onde vai o dinheiro. Sustentável?? Tem que rir. Outra questão que essa “organização” deve pensar melhor antes de cinicamente falar que os fãs são raivosos, ou que a banda (Rage Against) incitou (a invasão da área vip premium) é colocar uma baita faixa gigantesca de PISTA PREMIUM num show de massa e zuar com o campo de visão de quem tava só do meio pra trás. Burrice, coisa de gente inexperiente em eventos grandes. É a única explicação.”

Paola, que pagou uma fortuna pela área vip premium e acabou em área comum:
“O show (do Rage Against) entrou sim pra história, entrou pra história pela desorganização do evento!
É extremamente irresponsável a maneira como foi organizado esse festival, onde estavam as grades sólidas e os seguranças para evitar a invasão da área vip? Essa invasão poderia ter acarretado sérias conseqüências, e se os organizadores e a banda não tivessem conseguido acalmar o público? Quantos seriam esmagados? Quantos pisoteados??? Seria um risco tanto para os que estavam na pista comum quanto para os que estavam na area premium. É incorreto deixar a área de frente para o palco reservada para o público vip, e isso deveria ter sido pensado pelos organizadores, que agiram com muita irresponsabilidade ao posicioná-la neste local, expondo pessoas ao risco iminente da invasão.Injusto com quem pagou 1680 reais para ter um pouco de privilégio e no final é esmagado e não consegue aproveitar o show.”

Adriana, sobre o “slogan popular” apropriado para o SWU:
“E para aqueles que estavam assistindo pela Multishow: eles interromperam a transmissão porque o público gritava numa só voz: “SWU, vai tomar no c…” E lógico, cortaram a transmissão! Gritamos porque por 2 vezes ficamos sem som… e gritamos por causa do péssimo esquema de segurança. Foi um absurdo ver a horrível logística dessa SWU para levar as pessoas de volta: filas quilométricas de pessoas que pagaram tão caro para um serviço porco. Em plena madrugada, um frio congelante e as pessoas à espera de um transporte decente. Por isso que gritamos… por isso que ficamos indignados: porque é inadmissível ver tudo isso diante de um preço absurdo que pagamos para assistir nossa banda favorita.”

Pedro Hernandez, sobre sua odisseia na hora de ir embora:
“Como havia estacionado meu carro no kartódromo, tinha que pegar um busão para ir da Maeda até o tal lugar (uns 10km). RIDÍCULO!! Fiquei das 0h as 5h para conseguir chegar ao carro passando maior frio!! A galera acendendo fogueiras pra se aquecer e tudo mais. Organização totalmente amadora. Tenho pena de quem está acampando lá. Só enchendo a cara para não ligar muito para o total desconforto!!"
 
PS – Música? Rolaram alguns bons shows, mas um festival com 90 atrações e só duas de peso, Rage Against (disparado o maior nome) e Kings of Leon, merece ser chamado de festival? O pior é aguentar a parcialidade da Globo anunciando até Jota Quest como grande banda (imagina o que é banda menor no conceito dos caras...) e atirar nomes como Mallu Magalhães e outras dezenas de insossas “atrações”. E pensar que quando surgiu a notícia da festival os caras tentaram vendê-lo como o Woodstock brasileiro...

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